sexta-feira, 9 de julho de 2010

O meu Nacional

Infelizmente, este não vai ser um report dum top 8 nos nacionais, nem sequer de um top 16, mas penso que existiram jogadas e situações (e até porque foi o meu primeiro nacional) que me parecem relevantes, tanto para partilhar o pouco que sei e aprendi sobre este jogo como para dar um pouco de feedback sobre como é jogar e estar num nacional a quem ainda não esteve em nenhum.

Como se tratava do meu primeiro nacional e não tendo quebrado o formato (acabei por jogar com a lista de Jund descrita no meu último artigo com apenas uma alteração, -1xBittuminous Blast, +1xBurst Lightning, uma vez que parecia ser mais rápido e versátil, sendo útil contra Mythic, Monored, Turboland e até no mirror, onde por vezes é um surpreendente finisher naquele draw agressivo com múltiplas cópias de Blightning e de Bolt, aliado a um par de hasty creatures (Bloodbraid/Ruinblaster), sendo no pior dos casos uma espécie de 5º bolt, o que não é propriamente forte, mas também não é propriamente fraco...) e não estando muito confiante nas minhas skills de draft RRR, não esperava um resultado excepcional, mas sonhar nunca custa.

O nacional iria ter 12 rondas no total, 6 de Constructed (Standard) e 6 de Limited (Draft RRR), 7 no primeiro dia e 5+top8 no segundo. Para começar seriam 3 rondas de Standard, seguidas de 1 draft RRR e 3 rondas desse mesmo draft, terminando o primeiro dia com o segundo e último draft e 1 ronda desse draft. Para o segundo dia estariam reservadas as últimas 2 rondas de draft e as últimas 3 rondas de Standard, começando de seguida o Top8.

O torneio começou exactamente da maneira que eu esperava que começasse, com um mirror de Jund. Também tal como esperava, a vantagem de ter Goblin Ruinblaster de maindeck foi o que me deu a vitória no primeiro jogo, mesmo começando no draw. No segundo jogo ele parou na terceira land, que eu mais tarde destruí de novo com um Ruinblaster e o jogo não teve mais história. 1-0

Para a segunda ronda, esperava-me mais um mirror de Jund, e, desta vez, começo no play mas sem Ruinblaster ao 4º turno, pelo que este jogo parecia mais justo. Ele acaba por ganhar uma pequena vantagem ao fazer 2 Bloodbraids e eu apenas 1, mas quando faço um Bittuminous Blast into Bloodbraid Elf into Sprouting Thrinax, a vantagem volta para mim e ele nunca mais a recupera. O segundo e terceiro jogo mostram-me como compensa inovar e tentar ganhar uma vantagem, por mais ínfima que seja, no mirror de Jund, quando o seu sideboard plan sem Ruinblasters mas com um playset de Contaminated Grounds ganham-lhe os jogos, sendo que ele joga 2 no segundo jogo, no play, e um no terceiro quando eu estou preso a 3 lands. 1-1

A terceira ronda coloca-me contra o Mário Azevedo, que ficou em 3º (Parabéns e boa sorte no Japão) e contra o seu Grixis Control. Esta ronda foi estranha e fiquei com a sensação de que o Mário achou que eu era um mau jogador (o que não anda muito longe da verdade) porque fiz keep a uma mão com pouca pressão inicial mas que tinha um Terminate, um Bloodbraid e um Ruinblaster e acabei por fazer dois Bloodbraids que fizeram cascade num pulso sempre inútil. Neste match os Ruinblasters de maindeck também brilharam, uma vez que a base de mana de Grixis é muito frágil. Também no segundo jogo, nenhum de nós teve um grande draw, especialmente ele que mulligou e ficou preso a 5 lands (todas básicas e 1 fetch) e mais uma vez, faço draw de 2 bloodbraid, sendo que ambos fazem cascade nos 2 pulsos que deixei pós-sb, porque desconhecia a lista dele e ter acesso a pulso dá-me sempre alguma segurança. Acabei por ganhar o jogo com uma Ravina 8/8, após o Mário ter esgotado mais de 5 spells de removal nas minhas criaturas e numa outra ravina. 2-1

Com 2-1, a minha pod de draft foi a mesa 5, onde reconheço o Sérgio Preto, o Fábio Poeiras, o Filipe Moacho e o Flaxh. O draft começa bem, sendo que abro Magmaw e passam-me um Disaster Radius, pelo que já sei que estou de Red. Ao longo do draft começo a receber sinais confusos e no terceiro pack cortam-me o vermelho (vim mais tarde a saber que o Flaxh, que me começou a passar, estava de vermelho, tendo pickado 1 Heat Ray acima do Distaster Radius), pelo que acabo RGb, sendo que o meu único removal é um Last Kiss splashado e o Disaster Radius. No entanto, tenho alguma acelaração e tokens com Nest Invader, Kozilek's Predator e 2 Emrakuls Hatcher e o spell que põe 5 tokens por 7 em jogo. Para compensar a falta de removal, tinha como bombas o Magmaw e o Disaster Radius, bem como 1xGigatomancer e 1xUlamog's Crusher (se é que este se pode considerar uma bomba).

Na primeira ronda de draft vejo-me obrigado a jogar contra o Fábio Poeiras, que ficou em 9º e ganhou o prémio fair-play, e devo dizer que é totalmente merecido, uma vez que o Fábio é das pessoas mais simpáticas e altruístas que já conheci neste jogo, nunca desanimando e encarando sempre cada jogada com um sorriso, esteja esta a favor ou contra ele. (isto foi um bocado gay, mas basicamente, ele é um Senhor e espere que continue a jogar por muitos anos e que me possa dar o prazer de jogar contra ele durante muitos anos.) Aqui, o Fábio tinha um deck de UB levelers completamente sick com Guul Draz Assassin e penso eu que também Drana e eu, após mulligar para uma mão com demasiados terrenos, sou completamente espancado por 1xNull Champion, 1xSkywatcher Adept e 1xFrostwind Invoker. No segundo jogo, todavia, começo primeiro com floresta, apenas para ver o Fábio baixar um swamp e jogar Guul Draz Assassin ao primeiro turno...yap...ao primeiro turno. Respiro fundo e jogo um Beastbreaker of Bala Ged, na esperança de correr ou mesmo trocar. Ele nivela e passa, sendo que eu nivelo e ataco com o beastbreaker a 4/4. No turno dele ele nivela de novo mas baixa uma ilha, pelo que não pode activar o Assassin e eu jogo o meu filler, um Irresistable Prey que o obriga a bloquear a minha 4/4, xP. Penso que foi aí que roubei o jogo, pois a partir dali comecei a baixar token generators e ele nunca recuperou da perda do assassin. O terceiro jogo foi sempre bem disputado, mas acabou quando cada um de nós tinha 4 criaturas e eu comprei e joguei o Disaster Radius que destruiu a board dele e deu-me a vitória. 3-1

Não me recordo de muitos detalhes da segunda ronda, mas lembro-me que enfrentei um deck R/W onde eu fui o agressor, ganhando o primeiro jogo por ter mais e maiores criaturas, ter perdido o segundo jogo para um Lord of Shatterskull Pass (a carta é brutal) e ter ganho o segundo após ambos termos chegado ao late game e ambos termos Ulamog's Crushers, mas eu tinha um Wildheart Invoker e estava no play, pelo que consegui a vitória. 4-1

Também não me recordo de muitas jogadas da terceira ronda, mas lembro-me que joguei contra um deck RB com sinergias à volta de Bloodthrone Vampires, Pawn of Ulamogs e Cadaver Imps. O primeiro jogo ganhei porque ele fez mulligan a 5 e não conseguiu conter as minhas criaturas, o segundo volto a perder para um Lord of Shatterskull Pass e no terceiro ele não faz draw de mana vermelha, mas começa o beatdown com 2 Bloodthrone Vampires, 1 Pawn of Ulamog e Cadaver Imp a devolver Cadaver Imp. Acabo por fazer Disaster Radius a 5, revelando um Magmaw, jogar o Magmaw para tentar matar ou correr contra o Bloodthrone Vampire que restou e depois de jogar o spell que me dá 5 spawns por 7 de mana, topdecko o Gigantemancer, que me permite transformar 3 spawns em 7/7s e ganhar o jogo. 5-1

Quando vou ver em que pod estou para o segundo e último draft, descubro que estou nem mais nem menos que na mesa 1, onde iria draftar com o futuro campeão Hugo Sá (Parabéns e boa sorte no Japão), o grande (literalmente) Narciso Ferreira (que estava tão incrédulo com o facto de eu estar na pod 1 quanto eu, parabéns pelo teu 2º lugar e também boa sorte no Japão), o ex-campeão Frederico Bastos, o Marcos Quaresma (que ganhou o prémio revelação e é um gajo fixe, apesar de tudo) e um dos gémeos, o Nuno Costa.
Ainda faltava o draft e uma ronda até ao fim do primeiro dia, mas isso e tudo o resto fica para o próximo artigo.
Obrigado por lerem e não se esqueçam de comentar,

André Mateus
andre3m@sapo.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário