terça-feira, 13 de julho de 2010

O meu Nacional - Parte 2

Para o segundo e último draft do nacional, encontrava-me então na mesa 1 a draftar com alguns dos melhores jogadores portugueses. Acabei por começar a passar ao Narciso e a receber do gémeo Nuno Costa. Abri um primeiro pack bastante medíocre, onde a melhor carta era um Corpsehatch, que prontamente retirei. Recebo uma Vendetta do Gémeo pelo que deduzo que devo ter o preto aberto, só faltando assim definir a minha segunda cor. Acabo por pickar algumas cartas medíocres em preto, vermelho e verde e imagino que o Narciso esteja de azul, uma vez que lhe passei um Merfolk Skyscout, uns Teachers e uma Narcolepsy já bastante late. No entanto, também lhe passei um Invoker verde e um Ondu Giant e sendo assim, ele estar de verde é também uma forte possibilidade.
O meu segundo pack começa forte, uma vez que abro Consuming Vapors e recebo um Pelakka Wurm do Narciso, seguido de um Joraga Treespeaker, que me dizem que o Narciso não está de verde, mas sim a passar o verde. Acabo por pickar um par de Boar Umbras e um Ulamog's Crusher do resto no pack e já no terceiro pack só tenho uma decisão difícil, que é entre pickar um Flame Slash que posso splashar cm o Ondu Giant e um Growth Spasm ou um segundo Invoker preto. Acabei por optar pela consistência e pickar o segundo invoker pois já tenha Last Kiss, Vendetta, Corpsehatch e Vapors como removal, faltando-me criaturas onde colocar as umbras e esta tinha uma habilidade que iria dominar o late game, ao qual depressa chegaria com o Treespeaker, Growth spasm e Ondu Giant. Não sei se foi o pick correcto, se concordarem ou discordarem gostaria de saber os vossos argumentos, pelo que comentem em baixo.
O deck acabou um GB Ramp bastante sólido, com algum removal, o Vapors, o Pelakka Wurm e o Crusher como finishers, bem como os invokers e as Boar Umbras para aqueles arranques mais agressivos. Tinha ainda uma Nirkana Cutthroat.

A primeira ronda do draft e a última do primeira dia colocou-me contra o gémeo Nuno Costa, que estava de RW. No primeiro jogo ele faz mulligan a 5 e baixa 1 Runed Servitor, 1 Kiln Fiend e 1 Makindi Griffin que são depressa outclassed pelo poder e pela quantidade das minhas criaturas. No segundo jogo ambos arrancamos bem e trocamos alguns ataques, até que chega a um ponto em que eu estou a 10 de vida e ele a 15, mas eu tenho 2 criaturas, uma 5/3 trample e um Ondu Giant para um solitário Dawnglare Invoker do lado dele, sendo que eu ainda baixo o Invoker Preto para assegurar que não perco para uma surpresa dele, uma vez que iria tê-lo activo no próximo turno. Quando passo, ele, com apenas uma carta na mão, bate no topo do deck e pede: "Land", que prontamente compra e sendo o oitavo, permite-lhe baixar uma Eldrazi Conscription e ganhar o jogo do nada.
Para o terceiro, estando no play e com uma Boar Umbra na mão inicial, tento ser o mais agressivo possível, acabando por encher a mesa de criaturas e fazer um Consuming Vapors bastante cedo para tentar livrar-me de blockers e ganhar o jogo antes dele ter mana para a Conscription. Infelizmente, a Conscription não deveria ter sido a única bomba a me preocupar, uma vez que ele, com apenas uma criatura na mesa e a 12 de vida e eu com 3 e a 30 de vida, baixa Gideon e pouco mais pude fazer sem qualquer maneira de resolver o planeswalker. 5-2

Acabar o primeiro dia 5-2 não me pareceu nada mau, se bem que a última ronda deixou-me um sabor agridoce na boca, ainda mais agridoce quando soube que mais ninguém dos Patos planeava vir ao segundo dia e iria ter que vir de comboio.
Como seria de esperar, atrasei-me, perdi o comboio que tinha programado apanhar e cheguei ao hotel ás 9 e 15, começando a perder 1-0 (0-1).

Não reconheci o meu adversário para a segunda ronda, mas ele estava a jogar de UW levelers e imagino que tenha tido um mau draw ou tenha feito keep a uma má mão, uma vez que pelo 6º turno e com a ajuda de uma Boar Umbra e uma Nirkana Cutthroat já tinha empatado a partida.
O segundo (terceiro) jogo, todavia, foi diferente. Ele começou cedo, com um Caravan Escort e um Skywatcher Adept e eu mais lento, com um Growth Spasm e 1 Ondu Giant. Acabei por eestabilizar por alguns turnos, mas ele comprou uma Drake Umbra e encantou-a no Caravan Escort, pelo que iria perder bastante depressa senão conseguisse ter o Invoker Preto activo e trocar pontos de vida. Infelizmente ele ainda baixa Time of Heroes e eu fico cada vez mais em desvantagem, conseguindo arrastar o jogo para um turno em que ele me vira um blocker (Zulaport Enforcer nivelado 1 vez) no final do turno cm o Kor-Line Slinger, outro (Ondu Giant) no turno dele e ataca com 3 criaturas, o escort que seria 12/12 com a Umbra e o Time of Heroes, um Ikiral Outrider 4/9 e 1 Sea Gate Oracle, deixando 2 Venerated Teachers para trás. Tanto fazer Naturalize na Umbra, podendo assim bloquear o Escort com o Invoker preto, o meu úncio blocker, descendo para 1 de vida, e nivelar até ao fim o Zulaport Enforcer no meu turno, atacando para a vitória. Infelizmente ele tinha o Deprive para o Naturalize e eu perdi o jogo. 5-3

Para a terceira ronda de draft e a 9º no total, teria de enfrentar o campeão do ano passado, Frederico Bastos. Estes jogos não tiveram uma grande história, uma vez que o deck dele, como o próprio me disse, "não estava grande coisa", estando ele de RWb. No primeiro jogo ele faz mulligan e flooda horrivelmente e no segundo jogo consigo fazer Consuming Vapors quando ele tem uma board de Linvala, Keeper of Silence e Rage Nimbus, ao qual ele sacrifica a barreira e joga um Emrakul's Hatcher, sacrificando um spawn para o Vapors no meu upkeep. Apesar disto, eu ainda tenho um Corpsehatch para a Linvala, cujos tokens me permitem acelerar um Ulamog's Crusher para o qual ele não encontra resposta. 6-3

Voltando a Standard, vejo-me a ter de jogar contra o Igor Barreiras, mais um ex-campeão, numa ronda em que quem perdesse estava fora do Top8. Ele estava de UWr e ganha ao dado, tendo um bom draw, que começa com Wall of Omens e acaba com ele a ter 4 planeswalkers em jogo e eu apenas uma Putrid Leech e dois terrenos com Spreading Seas. Quando a Putrid Leech morre, decido ir para o próximo. No próximo, infelizmente, faço mulligan e acabo por fazer keep a uma mão de 6 com 2 lands, duress, 1 doom blade, 1 maelstrom pulse e 1 bloodbraid elf. O duress revela uma mão do Igor com duplo spreading seas, celestial purge, tectonic edge, celestial colonnade, plains e island. O jogo arrasta-se durante algum tempo, mas eu tenho a minha mana bastante controlada com um spreading seas e já 2 tectonic edge usados. Acabo por comprar outra doom blade e consigo livrar-me dum kor firewalker que ele comprou e da colonnade, mas quando ele compra e joga Sphinx of Jwar Isle e eu ainda estou preso a 3 lands, uma delas sendo uma ilha, a minha esperança de fazer top8 acaba. 6-4

Ainda fiquei na competição, com esperança de ganhar as últimas duas rondas e fazer top16, mas ao perder a próxima ronda, já desanimado e com maus draws e um mau keep no segundo jogo, decidi dropar e ficar a ver o Top8.

Foi um bom top8, com bons jogadores e bons decks e gostaria de, mais uma vez, dar os parabéns a quem nos irá representar no Japão e desejar-lhes boa sorte. Podem encontrar coverage de todo o nacional no site www.magic.com.pt

Obrigado por lerem e não se esqueçam de comentar,
André Mateus

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O meu Nacional

Infelizmente, este não vai ser um report dum top 8 nos nacionais, nem sequer de um top 16, mas penso que existiram jogadas e situações (e até porque foi o meu primeiro nacional) que me parecem relevantes, tanto para partilhar o pouco que sei e aprendi sobre este jogo como para dar um pouco de feedback sobre como é jogar e estar num nacional a quem ainda não esteve em nenhum.

Como se tratava do meu primeiro nacional e não tendo quebrado o formato (acabei por jogar com a lista de Jund descrita no meu último artigo com apenas uma alteração, -1xBittuminous Blast, +1xBurst Lightning, uma vez que parecia ser mais rápido e versátil, sendo útil contra Mythic, Monored, Turboland e até no mirror, onde por vezes é um surpreendente finisher naquele draw agressivo com múltiplas cópias de Blightning e de Bolt, aliado a um par de hasty creatures (Bloodbraid/Ruinblaster), sendo no pior dos casos uma espécie de 5º bolt, o que não é propriamente forte, mas também não é propriamente fraco...) e não estando muito confiante nas minhas skills de draft RRR, não esperava um resultado excepcional, mas sonhar nunca custa.

O nacional iria ter 12 rondas no total, 6 de Constructed (Standard) e 6 de Limited (Draft RRR), 7 no primeiro dia e 5+top8 no segundo. Para começar seriam 3 rondas de Standard, seguidas de 1 draft RRR e 3 rondas desse mesmo draft, terminando o primeiro dia com o segundo e último draft e 1 ronda desse draft. Para o segundo dia estariam reservadas as últimas 2 rondas de draft e as últimas 3 rondas de Standard, começando de seguida o Top8.

O torneio começou exactamente da maneira que eu esperava que começasse, com um mirror de Jund. Também tal como esperava, a vantagem de ter Goblin Ruinblaster de maindeck foi o que me deu a vitória no primeiro jogo, mesmo começando no draw. No segundo jogo ele parou na terceira land, que eu mais tarde destruí de novo com um Ruinblaster e o jogo não teve mais história. 1-0

Para a segunda ronda, esperava-me mais um mirror de Jund, e, desta vez, começo no play mas sem Ruinblaster ao 4º turno, pelo que este jogo parecia mais justo. Ele acaba por ganhar uma pequena vantagem ao fazer 2 Bloodbraids e eu apenas 1, mas quando faço um Bittuminous Blast into Bloodbraid Elf into Sprouting Thrinax, a vantagem volta para mim e ele nunca mais a recupera. O segundo e terceiro jogo mostram-me como compensa inovar e tentar ganhar uma vantagem, por mais ínfima que seja, no mirror de Jund, quando o seu sideboard plan sem Ruinblasters mas com um playset de Contaminated Grounds ganham-lhe os jogos, sendo que ele joga 2 no segundo jogo, no play, e um no terceiro quando eu estou preso a 3 lands. 1-1

A terceira ronda coloca-me contra o Mário Azevedo, que ficou em 3º (Parabéns e boa sorte no Japão) e contra o seu Grixis Control. Esta ronda foi estranha e fiquei com a sensação de que o Mário achou que eu era um mau jogador (o que não anda muito longe da verdade) porque fiz keep a uma mão com pouca pressão inicial mas que tinha um Terminate, um Bloodbraid e um Ruinblaster e acabei por fazer dois Bloodbraids que fizeram cascade num pulso sempre inútil. Neste match os Ruinblasters de maindeck também brilharam, uma vez que a base de mana de Grixis é muito frágil. Também no segundo jogo, nenhum de nós teve um grande draw, especialmente ele que mulligou e ficou preso a 5 lands (todas básicas e 1 fetch) e mais uma vez, faço draw de 2 bloodbraid, sendo que ambos fazem cascade nos 2 pulsos que deixei pós-sb, porque desconhecia a lista dele e ter acesso a pulso dá-me sempre alguma segurança. Acabei por ganhar o jogo com uma Ravina 8/8, após o Mário ter esgotado mais de 5 spells de removal nas minhas criaturas e numa outra ravina. 2-1

Com 2-1, a minha pod de draft foi a mesa 5, onde reconheço o Sérgio Preto, o Fábio Poeiras, o Filipe Moacho e o Flaxh. O draft começa bem, sendo que abro Magmaw e passam-me um Disaster Radius, pelo que já sei que estou de Red. Ao longo do draft começo a receber sinais confusos e no terceiro pack cortam-me o vermelho (vim mais tarde a saber que o Flaxh, que me começou a passar, estava de vermelho, tendo pickado 1 Heat Ray acima do Distaster Radius), pelo que acabo RGb, sendo que o meu único removal é um Last Kiss splashado e o Disaster Radius. No entanto, tenho alguma acelaração e tokens com Nest Invader, Kozilek's Predator e 2 Emrakuls Hatcher e o spell que põe 5 tokens por 7 em jogo. Para compensar a falta de removal, tinha como bombas o Magmaw e o Disaster Radius, bem como 1xGigatomancer e 1xUlamog's Crusher (se é que este se pode considerar uma bomba).

Na primeira ronda de draft vejo-me obrigado a jogar contra o Fábio Poeiras, que ficou em 9º e ganhou o prémio fair-play, e devo dizer que é totalmente merecido, uma vez que o Fábio é das pessoas mais simpáticas e altruístas que já conheci neste jogo, nunca desanimando e encarando sempre cada jogada com um sorriso, esteja esta a favor ou contra ele. (isto foi um bocado gay, mas basicamente, ele é um Senhor e espere que continue a jogar por muitos anos e que me possa dar o prazer de jogar contra ele durante muitos anos.) Aqui, o Fábio tinha um deck de UB levelers completamente sick com Guul Draz Assassin e penso eu que também Drana e eu, após mulligar para uma mão com demasiados terrenos, sou completamente espancado por 1xNull Champion, 1xSkywatcher Adept e 1xFrostwind Invoker. No segundo jogo, todavia, começo primeiro com floresta, apenas para ver o Fábio baixar um swamp e jogar Guul Draz Assassin ao primeiro turno...yap...ao primeiro turno. Respiro fundo e jogo um Beastbreaker of Bala Ged, na esperança de correr ou mesmo trocar. Ele nivela e passa, sendo que eu nivelo e ataco com o beastbreaker a 4/4. No turno dele ele nivela de novo mas baixa uma ilha, pelo que não pode activar o Assassin e eu jogo o meu filler, um Irresistable Prey que o obriga a bloquear a minha 4/4, xP. Penso que foi aí que roubei o jogo, pois a partir dali comecei a baixar token generators e ele nunca recuperou da perda do assassin. O terceiro jogo foi sempre bem disputado, mas acabou quando cada um de nós tinha 4 criaturas e eu comprei e joguei o Disaster Radius que destruiu a board dele e deu-me a vitória. 3-1

Não me recordo de muitos detalhes da segunda ronda, mas lembro-me que enfrentei um deck R/W onde eu fui o agressor, ganhando o primeiro jogo por ter mais e maiores criaturas, ter perdido o segundo jogo para um Lord of Shatterskull Pass (a carta é brutal) e ter ganho o segundo após ambos termos chegado ao late game e ambos termos Ulamog's Crushers, mas eu tinha um Wildheart Invoker e estava no play, pelo que consegui a vitória. 4-1

Também não me recordo de muitas jogadas da terceira ronda, mas lembro-me que joguei contra um deck RB com sinergias à volta de Bloodthrone Vampires, Pawn of Ulamogs e Cadaver Imps. O primeiro jogo ganhei porque ele fez mulligan a 5 e não conseguiu conter as minhas criaturas, o segundo volto a perder para um Lord of Shatterskull Pass e no terceiro ele não faz draw de mana vermelha, mas começa o beatdown com 2 Bloodthrone Vampires, 1 Pawn of Ulamog e Cadaver Imp a devolver Cadaver Imp. Acabo por fazer Disaster Radius a 5, revelando um Magmaw, jogar o Magmaw para tentar matar ou correr contra o Bloodthrone Vampire que restou e depois de jogar o spell que me dá 5 spawns por 7 de mana, topdecko o Gigantemancer, que me permite transformar 3 spawns em 7/7s e ganhar o jogo. 5-1

Quando vou ver em que pod estou para o segundo e último draft, descubro que estou nem mais nem menos que na mesa 1, onde iria draftar com o futuro campeão Hugo Sá (Parabéns e boa sorte no Japão), o grande (literalmente) Narciso Ferreira (que estava tão incrédulo com o facto de eu estar na pod 1 quanto eu, parabéns pelo teu 2º lugar e também boa sorte no Japão), o ex-campeão Frederico Bastos, o Marcos Quaresma (que ganhou o prémio revelação e é um gajo fixe, apesar de tudo) e um dos gémeos, o Nuno Costa.
Ainda faltava o draft e uma ronda até ao fim do primeiro dia, mas isso e tudo o resto fica para o próximo artigo.
Obrigado por lerem e não se esqueçam de comentar,

André Mateus
andre3m@sapo.pt